É com imensa satisfação que o ORapInforma apresenta esse excelente trabalho do Eric Magnus, MC de Brasília/DF, que está lançando exclusivamente aqui no site seu primeiro álbum, intitulado "Contos Perdidos do Cerrado Central", com 10 faixas de muito rap, com letras inteligentes e bem elaboradas, além de batidas de extremo bom gosto musical. A Equipe ORapInforma bateu um papo com o Eric sobre hip hop, produção e muito mais. Além da entrevista, o MC disponibilizou o álbum para download gratuito. Confiram a entrevista e o som do Eric Magnus, e conheçam um pouco mais sobre mais esse talento do Hip Hop do DF.
ORapInforma: Quando e como você conheceu o rap?
Eric Magnus: Escuto Rap desde 94/95. Andava de skate e escutava muito Hardcore e Ska. Através dos meus amigos Marcone e Bola comecei a ouvir os clássicos do rap da época como Nas, Wu Tang, Cypress Hill, Dr.Dre e House of Pain. Mas nada de fazer rimas ou produzir. No ano de 2000 eu consegui meu primeiro PC fuleiro e desde então, venho fazendo música.
ORapInforma: De lá pra cá, o que mudou pra melhor e pra pior no hip hop, como música e como movimento?
Eric Magnus: Cara, como música, observo que a variedade de ramificações dentro do Rap até aumentou. Mas isso nem sempre se transforma em qualidade. Só ver a duração das músicas atuais na memória das pessoas. Tu sempre vai lembrar quem é Ice Cube, quem é o BIG. Agora, posso dizer que tem coisa muito boa surgindo sim. Não sou tão nostálgico assim. Só um pouco. Quanto ao movimento, é algo mais complexo. Os elementos não crescem de maneira uniforme. Os caras do Break ralam demais pra ter espaço. Os grafiteiros também. Quem vai pra TV, pros shows lotados, é o DJ e o MC. Num to aqui pra discursar sobre união e variáveis. Todos têm de refletir sobre qual é sua relação com o que acontece.
ORapInforma: Além de hardcore, ska, rap, onde mais você busca inspiração pra compor suas músicas?
Eric Magnus: O bom de ser produtor é a parte da pesquisa. Tu acaba descobrindo muita coisa de excelente qualidade. A liberdade de poder ouvir que quiser sem ficar sendo esteriotipado é o que há! Eu curto muito música psicodélica, tipo Pink Floyd, Flying Lotus e Funki Porcini. O que eu escuto no dia a dia é Rap. Sem caô, rap ainda me traz aquela emoção quando é bom. Escutem o disco do Gasper e vão sacar o que to falando. MPB é foda porque a gente entende completamente as metáforas e os contextos citados. É muita coisa, ficaria falando disso por 5 entrevistas...
ORapInforma: Você também se inspira na leitura? Qual é o escritor brasileiro que você mais lê?
Eric Magnus: Essencial ler. Li Fernando Sabino e chapei! Sou mais eclético e viajo em autores diferentes. Clarisse Lispector também tem uma excelente narrativa. Mas vou mais longe. Charles Bukowski, o velho maldito é de cabeceira. Hunter S. Thompson e sua literatura gonzo deixa qualquer um maluco da cabeça. Quadrinhos! De todos os jeitos. Frank Miller, Hellblazer, Marvel, DC entre outros. É coisa demais.
ORapInforma: Suas músicas falam sobre o quê?
Eric Magnus: Boa pergunta. É rimar sobre um rolê no eixão chapado. É refletir sobre a vida. É usar uma temática diferenciada pra falar de manipulação social. É samplear Maria Rita e fazer uma ciranda musical. Vou tão longe que sou quase um ser do Hippie-Hop...
ORapInforma: O que o 'Rap do Cerrado' tem de diferente do resto do país?
Eric Magnus: Aqui é o DF! Temos um histórico musical com forjado na West Coast dos EUA. Isso não é mal! Porém, o que tem sido feito ultimamente aqui é de uma variedade incrível. Tu vê o Ataque Beliz com a classe fashion e jazzistica, tu escuta o mestre GOG, Japão Viela 17, Hadda MC, RAPadura. Desculpe quem não foi citado, mas isso é só pra exemplificar e o caminho é esse, é criar tuas próprias características.
ORapInforma: Você acha que as letras de rap devem sempre ter um contexto social ou que o MC é livre pra falar sobre o quiser?
Eric Magnus: Vivemos num país que não dá pra dizer que ta tudo bem. Essa temática social tem sim que ser discutida, o que não podemos ter são novos "talibãs" que lutem contra qualquer assunto que não seja pobreza. Fale sobre o que quiser, mas pense bem antes de falar.
ORapInforma: Hoje vemos várias gravadoras fechando, a pirataria tomando conta e cada vez mais se torna difícil pro músico vender seu trabalho. Você acredita que ainda é possível um artista, em início de carreira, ganhar dinheiro com a vendagem de CDs ou ele se tornou uma espécie de 'cartão de visita', servindo apenas como mais um meio de divulgação para conseguir shows?
Eric Magnus: O que me faz trabalhar sem enormes expectativas financeiras é o fato de eu já ter um trabalho que pague minhas contas. Lógico que devemos valorizar um trabalho de qualidade, mas no atual momento, é quase inviável tentar viver de vendas de CDs. Penso em formas alternativas para aumentar a visibilidade. Show é o que pode ajudar um artista novo atualmente, pois depende mais de criatividade e boa música. Seria interessante entrar no mercado musical com uma idéia básica sobre como e onde se quer chegar e entender o teu tipo de público.
ORapInforma: Você além de MC é também beatmaker. Todas as batidas do álbum foram produzidas por você?
Eric Magnus: Só uma teve a colaboracão especial dos meus amigos Mulumba Trafica do Ataque Beliz e Ariel Haller. O Ariel fez o trabalho de mixagem/masterização, e cara, foram boas demais as sessões no Haller Estudio, nos domingos de manhã, sol brilhando e o céu de Brasília abençoando.
ORapInforma: Quem participou do Contos Perdidos do Cerrado Central?
Eric Magnus: Lindomar 3L foi excelente na faixa "Do Interior". Mineiro bom de rima e muito tranquilo, e com idéia firmeza. E foi só. Quis fazer esse disco pra expor todos esses anos de experiência em um trabalho. Foi quase um desabafo.
ORapInforma: Como foi finalizar o álbum no Haller Estúdio (me corrige aí se tiver errado) junto com o Ariel que já é um produtor consagrado no Distrito Federal?
Eric Magnus: Porra, imagina a responsa de tu ta no estúdio e de repente o W-Gi do Consciencia Humana bate um rádio pro cara trocando idéia sobre produções do teu lado. A gente se conhece por outros meios além da música. A idéia é mais ampla que somente cifrões trocados por refrões. O cara tem a manha de fazer um bom rap. Isso é fato!
ORapInforma: O que o público pode esperar desse álbum?
Eric Magnus: Variedade. Sons feitos com cuidado técnico e dedicação. Que cada um tire suas próprias conclusões.
Considerações finais:
Eric Magnus: O que quero com esse trabalho é passar minha experiência musical adquirida em anos de envolvimento. Disco feito pra qualquer um que se identifique com as idéias e melodias. Esse é o primeiro, porém, 2011 vai vir cheio. Brasília num tá parada não. Salve a equipe do ORapInforma e logo mais a gente se encontra por aí. Contos Perdidos do Cerrado Central será disponibilizado para download aqui pelo ORapInforma, e também poderá ser adquirido entrando em contato através do email: ericmagnus.som@gmail.com.
Eric Magnus: Escuto Rap desde 94/95. Andava de skate e escutava muito Hardcore e Ska. Através dos meus amigos Marcone e Bola comecei a ouvir os clássicos do rap da época como Nas, Wu Tang, Cypress Hill, Dr.Dre e House of Pain. Mas nada de fazer rimas ou produzir. No ano de 2000 eu consegui meu primeiro PC fuleiro e desde então, venho fazendo música.
ORapInforma: De lá pra cá, o que mudou pra melhor e pra pior no hip hop, como música e como movimento?
Eric Magnus: Cara, como música, observo que a variedade de ramificações dentro do Rap até aumentou. Mas isso nem sempre se transforma em qualidade. Só ver a duração das músicas atuais na memória das pessoas. Tu sempre vai lembrar quem é Ice Cube, quem é o BIG. Agora, posso dizer que tem coisa muito boa surgindo sim. Não sou tão nostálgico assim. Só um pouco. Quanto ao movimento, é algo mais complexo. Os elementos não crescem de maneira uniforme. Os caras do Break ralam demais pra ter espaço. Os grafiteiros também. Quem vai pra TV, pros shows lotados, é o DJ e o MC. Num to aqui pra discursar sobre união e variáveis. Todos têm de refletir sobre qual é sua relação com o que acontece.
ORapInforma: Além de hardcore, ska, rap, onde mais você busca inspiração pra compor suas músicas?
Eric Magnus: O bom de ser produtor é a parte da pesquisa. Tu acaba descobrindo muita coisa de excelente qualidade. A liberdade de poder ouvir que quiser sem ficar sendo esteriotipado é o que há! Eu curto muito música psicodélica, tipo Pink Floyd, Flying Lotus e Funki Porcini. O que eu escuto no dia a dia é Rap. Sem caô, rap ainda me traz aquela emoção quando é bom. Escutem o disco do Gasper e vão sacar o que to falando. MPB é foda porque a gente entende completamente as metáforas e os contextos citados. É muita coisa, ficaria falando disso por 5 entrevistas...
ORapInforma: Você também se inspira na leitura? Qual é o escritor brasileiro que você mais lê?
Eric Magnus: Essencial ler. Li Fernando Sabino e chapei! Sou mais eclético e viajo em autores diferentes. Clarisse Lispector também tem uma excelente narrativa. Mas vou mais longe. Charles Bukowski, o velho maldito é de cabeceira. Hunter S. Thompson e sua literatura gonzo deixa qualquer um maluco da cabeça. Quadrinhos! De todos os jeitos. Frank Miller, Hellblazer, Marvel, DC entre outros. É coisa demais.
ORapInforma: Suas músicas falam sobre o quê?
Eric Magnus: Boa pergunta. É rimar sobre um rolê no eixão chapado. É refletir sobre a vida. É usar uma temática diferenciada pra falar de manipulação social. É samplear Maria Rita e fazer uma ciranda musical. Vou tão longe que sou quase um ser do Hippie-Hop...
ORapInforma: O que o 'Rap do Cerrado' tem de diferente do resto do país?
Eric Magnus: Aqui é o DF! Temos um histórico musical com forjado na West Coast dos EUA. Isso não é mal! Porém, o que tem sido feito ultimamente aqui é de uma variedade incrível. Tu vê o Ataque Beliz com a classe fashion e jazzistica, tu escuta o mestre GOG, Japão Viela 17, Hadda MC, RAPadura. Desculpe quem não foi citado, mas isso é só pra exemplificar e o caminho é esse, é criar tuas próprias características.
ORapInforma: Você acha que as letras de rap devem sempre ter um contexto social ou que o MC é livre pra falar sobre o quiser?
Eric Magnus: Vivemos num país que não dá pra dizer que ta tudo bem. Essa temática social tem sim que ser discutida, o que não podemos ter são novos "talibãs" que lutem contra qualquer assunto que não seja pobreza. Fale sobre o que quiser, mas pense bem antes de falar.
ORapInforma: Hoje vemos várias gravadoras fechando, a pirataria tomando conta e cada vez mais se torna difícil pro músico vender seu trabalho. Você acredita que ainda é possível um artista, em início de carreira, ganhar dinheiro com a vendagem de CDs ou ele se tornou uma espécie de 'cartão de visita', servindo apenas como mais um meio de divulgação para conseguir shows?
Eric Magnus: O que me faz trabalhar sem enormes expectativas financeiras é o fato de eu já ter um trabalho que pague minhas contas. Lógico que devemos valorizar um trabalho de qualidade, mas no atual momento, é quase inviável tentar viver de vendas de CDs. Penso em formas alternativas para aumentar a visibilidade. Show é o que pode ajudar um artista novo atualmente, pois depende mais de criatividade e boa música. Seria interessante entrar no mercado musical com uma idéia básica sobre como e onde se quer chegar e entender o teu tipo de público.
ORapInforma: Você além de MC é também beatmaker. Todas as batidas do álbum foram produzidas por você?
Eric Magnus: Só uma teve a colaboracão especial dos meus amigos Mulumba Trafica do Ataque Beliz e Ariel Haller. O Ariel fez o trabalho de mixagem/masterização, e cara, foram boas demais as sessões no Haller Estudio, nos domingos de manhã, sol brilhando e o céu de Brasília abençoando.
ORapInforma: Quem participou do Contos Perdidos do Cerrado Central?
Eric Magnus: Lindomar 3L foi excelente na faixa "Do Interior". Mineiro bom de rima e muito tranquilo, e com idéia firmeza. E foi só. Quis fazer esse disco pra expor todos esses anos de experiência em um trabalho. Foi quase um desabafo.
ORapInforma: Como foi finalizar o álbum no Haller Estúdio (me corrige aí se tiver errado) junto com o Ariel que já é um produtor consagrado no Distrito Federal?
Eric Magnus: Porra, imagina a responsa de tu ta no estúdio e de repente o W-Gi do Consciencia Humana bate um rádio pro cara trocando idéia sobre produções do teu lado. A gente se conhece por outros meios além da música. A idéia é mais ampla que somente cifrões trocados por refrões. O cara tem a manha de fazer um bom rap. Isso é fato!
ORapInforma: O que o público pode esperar desse álbum?
Eric Magnus: Variedade. Sons feitos com cuidado técnico e dedicação. Que cada um tire suas próprias conclusões.
Considerações finais:
Eric Magnus: O que quero com esse trabalho é passar minha experiência musical adquirida em anos de envolvimento. Disco feito pra qualquer um que se identifique com as idéias e melodias. Esse é o primeiro, porém, 2011 vai vir cheio. Brasília num tá parada não. Salve a equipe do ORapInforma e logo mais a gente se encontra por aí. Contos Perdidos do Cerrado Central será disponibilizado para download aqui pelo ORapInforma, e também poderá ser adquirido entrando em contato através do email: ericmagnus.som@gmail.com.
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